Sala de Origami

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Era uma vez...

E lá estavam eles, como se nunca tivesse sido diferente. Como se nunca tivesse deixado de ser.
A verdade é que nunca deixou, mas agora já eram pessoas diferentes.
Alguns meses de autocontrole já não representavam mais nada, não estava mais nas mãos de um ou de outro.
Toda o conforto da intimidade, agora intensificado pela delícia da novidade. Tentador.
Não pensaram no depois. Não importava. Havia mais em que pensar e só isso já era o suficiente pra tornar ambos cegos e transferir a outros sentidos toda a força vital presente.
Intenso... intenso de uma forma especial, avassaladora.
A maçã já havia sido mordida, que diferença fazia comê-la toda ou não?
Um misto de emoções fez rodar do teto até o chão.
Escorreu para dentro como uma bebida forte, em uma dose demorada que causa taquicardia e que torna embriagado de imediato.
A facilidade da embriaguez nunca lembra da ressaca no dia seguinte.
De que isso importava? Era mais uma vez como foi sempre foi, só que de uma forma como nunca foi.
Restou que digerissem, cada um de sua forma, a sua maçã no dia seguinte.

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Eterno

"O que é eterno foge de dentro de nós, como matéria etérea, e passa a fazer parte de forma íntima do mundo como um pedaço de sua essência, portanto, pra sempre!"

domingo, fevereiro 13, 2011

Faxina, auto-análise e música lounge

Bom, todos que me conhecem sabem que sou mais de agir do que pensar, contudo hoje passei por uma experiência diferente.
Meus dias da semana agora se tornaram mais corridos, com minhas novas funções acabo ficando o dia todo ocupado. Hoje, domingo, resolvi fazer uma faxina boa aqui no apartamento. Liguei o som e coloquei numa rádio lounge.
Começando o processo, me peguei pensando que poderia transformar esta fatídica situação em um momento de experiência único.
Enquanto ocupava meu corpo de todo o trabalho, minha mente foi ocupada com uma analogia da situação com minha vida.
Ultimamente minha vida tem mudado completamente de uma hora pra outra e só hoje parei pra pensar que, apesar de organizar sempre o ap, minha cabeça estava completamente desorganizada.
Grande possibilidade de vir daí o stress pelo qual tenho passado, e também por isso tenho estado tão sensível e impaciente com tudo.
Enquanto lavava e limpava certas coisas, percebi que precisava também lavar e limpar algumas coisas na minha vida. Algumas coisas que estavam impregnadas de outras desnecessárias e haviam perdido o brilho.
Algumas outras coisas eu decidi varrer e jogar no lixo.
Varrendo embaixo de armários, em espaços apertados, acabei encontrando coisas perdidas. Encontrei até uma pipoca...
Fiquei feliz por encontrar algumas delas e guardei com carinho, outras já preferi jogar fora.
Enquanto organizava, resolvi guardar algumas coisas em caixas, em um cantinho do armário. Não que não tenham seu valor, mas o momento não é adequado para usá-las.
Outras que estavam guardadas, coloquei para fora.
Tenho mania de guardar coisas. Me apego com tamanha intensidade que quero tê-las por perto, mesmo não imaginando função para elas - imagino que possa precisar algum dia.
Parei pra pensar e descobri que muitas delas estão ocupando um espaço que poderia ser ocupado por coisas mais úteis.
Muitos sentimentos que estavam confusos em minha cabeça foram separados também. Precisei na verdade de várias caixas para organizá-los. Alguns foram para o lixo, outros foram reciclados e estão de volta com uma nova roupagem, um novo sentido.
Pra encerrrar, tomei um banho demorado e vim postar minha experiência.
Foi bem cansativo, mas no final das contas tenho um apartamento limpo e uma alma lavada pronta para viver mais.
Acho que todo mundo deveria tirar um dia para limpar sua casa ou pelo menos o quarto. É algo que estou disposto a repetir quantas vezes for necessário.