Sala de Origami

sexta-feira, julho 29, 2011

Cotidiano

Se sentou à mesa, abriu o jornal.
Sem mover os olhos da notícia, pegou sua xícara de café e levou à boca.
Estava bem quente, do jeito que ele gostava.
Repousou a xícara de volta no pires e passou a página.
Neste momento, as paredes sumiram e uma brisa fina percorreu a cozinha.
A mesa, a cadeira e tudo em volta começou a flutuar.
De repente a grama em volta da casa já não era mais grama... eram núvens.
Deslizava em direção ao mar e podia ouvir o som das gaivotas bem próximo.
Um barquinho ao longe brigava contra as ondas num balanço frenético.
Ao se aproximar, ouviu a espuma das ondas borbulhar. Lambia a praia e voltava ao infinito.
O pulsar das águas era constante, delicioso.
Caminhou sobre a areia fina e brilhante, sentiu ela entrar entre os dedos e fazer cócegas.
Deitou-se no chão, fechou os olhos e esperou que a água lhe cobrisse por inteiro.
Ninguém nunca iria descobrir o prazer que era estar ali todas as manhãs!

terça-feira, julho 19, 2011

Suspiros

Quando o coração bate forte, a boca fica com gosto doce de suspiros
A gente suspira, respira e sente o cheiro aconchegante de um abraço
Nada de frio, nada de medo, nada de insegurança, nada de dor
Agora é só desprender os pés do chão e se deixar levar
Para o céu, para o sol, para o infinito...
...tudo é luz!



terça-feira, julho 12, 2011

Meu Eu Em Você (Paula Fernandes)

Eu sou o brilho dos teus olhos ao me olhar
Sou o teu sorriso ao ganhar um beijo meu
Eu sou teu corpo inteiro a se arrepiar
Quando em meus braços você se acolheu

Eu sou o teu segredo mais oculto
Teu desejo mais profundo, o teu querer
Tua fome de prazer sem disfarçar
Sou a fonte de alegria, sou o teu sonhar

Eu sou a tua sombra, eu sou teu guia
Sou o teu luar em plena luz do dia
Sou tua pele, proteção, sou o teu calor
Eu sou teu cheiro a perfumar o nosso amor

Eu sou tua saudade reprimida
Sou o teu sangrar ao ver minha partida
Sou o teu peito a apelar, gritar de dor
Ao se ver ainda mais distante do meu amor

Sou teu ego, tua alma
Sou teu céu, o teu inferno a tua calma
Eu sou teu tudo, sou teu nada
Minha pequena, és minha amada
Eu sou o teu mundo, sou teu poder
Sou tua vida, sou meu eu em você

sexta-feira, julho 08, 2011

Lamento

Antes não ficasse sabendo, mas não poderia ser diferente. Outra facada pra dilacerar um pobre coração que persiste em bater.
Os sonhos precisam de terra boa para florir, infelizmente este solo está se tornando árido. Estão crescendo apenas cactos cheios de espinhos.
Talvez o maior erro de uma pessoa seja esperar demais, mesmo sabendo que a situação não é favorável. Talvez sonhar demais seja um grande erro.
Antes relutava para colocar em uma caixinha e guardar no fundo do meu armário, hoje vejo como uma necessidade. Respirar é preciso!
Quantas lágrimas é preciso derramar para limpar meu peito de tudo isso?
Acho que já virou doença, obsessão.
Preciso aceitar que te perdi... ou entender que, talvez, você nunca foi meu!


MAIS UM LAMENTO (Céu)

Vai ser difícil, vai
Encontrar um amor como o seu, ai
Como dói no meu peito
Seu gosto é bem do jeito que eu gosto
Bem do jeito, lamento

Que é só mais um lamento entre tantos já feitos
quisera desse jeito lembrar de outros tempos
só pra matar um pouco a saudade
mesmo assim querendo que você não ouça
meu grito aqui de longe
minha dor, meu lamento


quarta-feira, julho 06, 2011

POEMA (Cazuza / Frejat)

Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás