Sala de Origami

quinta-feira, abril 11, 2013

Prometo

Não te prometo amor eterno, pois não comando meus sentimentos, tão pouco o destino.

Nem te prometo eternamente um jardim florido, pois não controlo a força da natureza.

Mas te prometo dar o melhor de mim para que, cada dia que passarmos juntos, seja maravilhoso e único para você.

E prometo cuidar do nosso jardim com todo o meu amor, para que no outono e no inverno as mudas permaneçam fortes e na primavera voltem a florir.

terça-feira, abril 09, 2013

Um café e minha causa

Apesar de adepto ao café puro, devo confessar que é o café com leite que me traz um imenso conforto. É como um abraço de mãe.
Pode ser o café puro o elixir forte, carregado de determinação que me faz enfrentar o dia a dia.
O abraço de mãe eu deixo para momentos especiais, quando resolvo me enquietar. Dar um tempo a mim mesmo de toda a correria.
Aí parece que tudo some. Tudo ao meu redor se transforma em uma bruma suave, macia.
É abraço, é colo, é carinho. E é refúgio para o mundo caótico em que vivemos, onde assuatadoramente acompanhamos a tecnologia evoluindo, enquanto a espiritualidade anda para trás.
Ver que o ser humano prefere plantar ódio e intolerância, a simplesmente deixar para lá coisas que não o prejudicam e nunca o prejudicarão.
Meu problema não é com religião de ninguém, mas sou incondicionalmente contra a ignorância. Contra pessoas que aproveitam da ignorância da massa, para botarem cabrestos e cercá-las em currais de réguas feitas com tendenciosas interpretações de livros sagrados.
Não sou contra a crença. Sou contra o fanatismo. A pessoa tem direito de acreditar no que ela quiser. Não aceitar o que ela quiser. Mas RESPEITAR o outro não é direito, é obrigação.
Uma das coisas mais belas que ouvi na minha vida, foi a resposta do meu pai quando contei a ele que eu era gay:
- Meu filho, você sabe que minha criação foi outra, que pra mim é difícil aceitar isso. Mas isso não quer dizer que eu não vá respeitá-lo.
E assim ele agiu e age até hoje. Não falamos mais sobre aceitação, mas falamos abertamente sobre as minhas relações e ele até me aconselha.
Pergunto pra que a sociedade cultua tanto a agressão, se praticamente todas as religiões falam de amor ao próximo.
E quando falo em agressão, não me refiro somente à física, mas à moral. Às palavras que, muitas vezes, machucam muito mais e deixam cicatrizes mais profundas.
Minha causa não é a favor dos gays, a favor do índio, do negro, da prostituta. Minha causa é a favor do ser humano. Com suas individualidades, mas sempre seres humanos.
Enquanto a sociedade não abre os olhos, vou tomando o meu café - bem forte - para me encorajar a bater no peito dar o grito e, às vezes, em preciosos momentos, me dou ao luxo de um abraço de mãe pra me lembrar sempre que, por mais amendrontador que o mundo pareça, o amor é algo pela qual vale a pena lutar.