sexta-feira, dezembro 30, 2011

Carta a um coração

De algum lugar, 31 de dezembro de 2011

Hoje eu acordei sentindo meu coração bater diferente. Eu inspirei o ar fresco da manhã, rolei para um lado e para o outro na cama, puxei o lençol para cobrir completamente os ombros e fiquei a contemplar a parede branca.
Era uma preguicinha gostosa, uma vontade de ficar ali o dia todo.
Depois de certo tempo, que não faço idéia de quanto deve ter durado, sentei na cama, calcei os chinelos e caminhei lentamente até a cozinha.
Passei o café, me sentei à mesa e, enquanto bebia, pensava em você.
Lembrava do nosso último encontro e de todas as bobagens que falamos e rimos juntos. Lembrei das duas garrafas de vinho que esvaziamos sem nem perceber.
Lembrei do jeito que você cambaleou até a porta e me beijou se despedindo, e eu gritando:
- Vá com cuidado! Me mande uma mensagem quando chegar em casa.
E aí, 15 minutos depois, aparece no meu celular: Cheguei bem. Amo você.
Foi inevitável segurar o sorriso enquanto trazia a xícara de café à boca.
Todos os nossos abraços são um e todos os nossos beijos são vários. Gosto de olhar nos seus olhos e ver que são uma janela que levam ao seu coração. E poder me enxergar através deles, como se fosse um espelho.
Hoje não tomamos café da manhã juntos. Não dormimos juntos também. Nos veremos só daqui a algumas semanas.
Mas eu não me importo. Você está aqui, dentro de mim, e sentir isso é o suficiente para me preencher até que você volte.


Um beijo do tamanho da minha saudade!